quarta-feira, 15 de maio de 2013

Paradoxo

E mais uma vez ela estava ali. Cheia de sonhos, perspectivas, ideais, objetivos. Era apaixonada por pessoas, histórias, experiências, mistérios. Sua ânsia fazia com que buscasse a todo custo narrações que contemplassem fatos verídicos ou improváveis. Lembro-me da vez em que conheceu um certo rapaz. Boa conversa, atencioso, bem-humorado. Ela tinha um jeito único de se expressar. Ele, com voz mansa, preenchia todos os seus gostos. 

Duas pessoas, dois mundos distantes ligados por formas de pensamento. Ela apegada a itens pouco válidos. Ele a emoções recém-vividas. A história, composta por personagens fictícios, contempla o enredo de uma novela mexicana. Ela duvida. Ele acredita. Ela é curiosa. Ele discreto. À duras penas aprenderam a conviver com os percalços encontrados pelo meio do caminho. 

Seguir em frente seria a melhor opção. Mas, havia algo que os incomodava. Algo que, de alguma forma, fazia com que não trilhassem a mesma direção. A água e o óleo: mistura pouco provável que só enxerga quem possui a racionalidade própria dos mortais.

Estradas paralelas nunca se cruzam. Verdades absolutas foram impostas e desejos esbarraram em seus maiores medos. Talvez não tenha sido possível encontrar explicação. Jorge de Lima, sábio poeta e escritor escreveu certa feita:


"Lá vem o acendedor de lampiões da rua! 
Este mesmo que vem infatigavelmente, 
Parodiar o sol e associar-se à lua 
Quando a sombra da noite enegrece o poente!"


Ora, ela sabia que mais cedo ou mais tarde veria o resplandecer. Ele buscava a noite. E como o sol e a lua seguiram em direções opostas...

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